O Dia Nacional de Defesa das Florestas Brasileiras, comemorado em 23 de maio, é uma data que destaca a importância vital das florestas para o equilíbrio ecológico e a qualidade de vida. Em meio às celebrações e reflexões desse dia, é fundamental analisar a recente tragédia climática no Rio Grande do Sul, que serve como um lembrete sombrio da interconexão entre a preservação ambiental e a segurança das comunidades humanas.
Em um evento sem precedentes, o Rio Grande do Sul foi palco da maior enchente de sua história, com o delta do Jacuí e o lago Guaíba atingindo níveis de 5,35 metros acima do normal. Este desastre não foi apenas um resultado das condições meteorológicas extremas, mas também consequência da destruição ambiental e da ocupação desordenada das áreas ribeirinhas.
A destruição das florestas ao longo das margens dos rios no Rio Grande do Sul teve um papel significativo na gravidade da enchente. As florestas ribeirinhas atuam como uma esponja natural, absorvendo o excesso de água das chuvas e diminuindo a velocidade de escoamento para os rios. Com a remoção dessas florestas, a capacidade de absorção foi drasticamente reduzida, resultando em um aumento significativo do volume de água que fluiu rapidamente para os cursos d’água, contribuindo para a enchente devastadora.
Além disso, a ocupação desordenada de povoados, vilas, bairros e cidades em áreas ribeirinhas agravou ainda mais a situação. Essas áreas, naturalmente destinadas a funcionar como zonas de escape dos rios em casos de cheias, foram transformadas em zonas habitacionais. A presença de construções impede que a água se espalhe de maneira controlada, concentrando a inundação em regiões densamente povoadas e causando destruição massiva de infraestruturas e perda de vidas.
A tragédia no Rio Grande do Sul serve como um alerta urgente sobre a necessidade de políticas públicas eficazes de preservação ambiental e planejamento urbano sustentável. A restauração das florestas ribeirinhas e a proibição de novas construções em áreas de risco são medidas essenciais para mitigar futuros desastres. Além disso, é necessário um esforço conjunto para educar a população sobre a importância da conservação das florestas e da ocupação consciente do solo.
No Dia Nacional de Defesa das Florestas Brasileiras, é imperativo refletirmos sobre as lições aprendidas com essa tragédia e agir decisivamente para proteger nossas florestas e, por conseguinte, nossas comunidades. A preservação ambiental não é apenas uma questão ecológica, mas uma questão de sobrevivência e bem-estar humano. Ao cuidarmos das nossas florestas, estamos cuidando do nosso futuro e prevenindo calamidades que poderiam ser evitadas com um planejamento e uma gestão ambiental adequados.
Psicanalista Gervásio Santana
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